Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com a condição; medicamento nacional alivia a dor em até 30 minutos.
Dor latejante, sensibilidade à luz, ao som e a cheiros: esses são alguns dos sintomas clássicos da enxaqueca, condição que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. A crise pode ainda vir acompanhada de náuseas, tontura, alterações no sono, dificuldade de concentração e lapsos de memória. Dependendo da frequência, pode se tornar uma doença incapacitante.
“As crises de enxaqueca podem durar até 72 horas, deixando a pessoa totalmente incapacitada para realizar qualquer atividade. Por isso, é importante ficar atento: quando os episódios ocorrem mais de três vezes em um único mês, o recomendado é iniciar o tratamento profilático, que proporciona uma melhor qualidade de vida ao paciente”, explica o neurologista Renato Edler Iachinski.
Gatilhos da Enxaqueca
Alguns fatores podem desencadear a dor, e eles variam de pessoa para pessoa. “A alimentação é um dos principais propulsores da dor de cabeça, como o hábito de consumir shoyu, catchup, mostarda, alimentos gordurosos, café, chocolate e bebidas alcoólicas, principalmente o vinho”, ressalta o neurologista.
Ele destaca ainda que a qualidade do sono — seja pela falta ou excesso — também é um fator de risco, assim como o estresse. “Para evitar as crises, o ideal é manter uma alimentação equilibrada, sono regular e praticar atividade física. Mas é preciso ter cuidado: fazer exercício físico durante uma crise pode piorar ainda mais o quadro”, alerta Iachinski.
Novidade nas farmácias
Um estudo publicado em setembro de 2024 no periódico BMJ mostrou que medicamentos à base de triptanos têm se revelado mais eficazes no alívio rápido de enxaquecas agudas e cefaleias em salvas — um tipo de dor de cabeça intensa e unilateral. Esses fármacos atuam estreitando os vasos sanguíneos no cérebro e inibindo a liberação de substâncias químicas responsáveis pela dor e inflamação.
No Brasil, a farmacêutica Prati-Donaduzzi lança o medicamento
Aurom. Produzido à base de rizatriptana, ele apresenta como principais vantagens o início rápido de ação — em cerca de 30 minutos — e maior tempo de controle da dor. Outro diferencial do
Aurom é que não interfere na ação de anticoncepcionais, fator relevante para muitas mulheres. “O ideal é tomá-lo assim que os primeiros sinais da crise surgirem. Podem ser administrados até três comprimidos de 10 mg por dia, mas ele é contraindicado para pessoas cardiopatas, pois a rizatriptana provoca vasoconstrição das artérias”, reforça o neurologista.
De acordo com o diretor de Marketing e Prescrição Médica da Prati-Donaduzzi, Edilson Bianqui, mesmo antes do lançamento oficial do medicamento, foram vendidas mais de 18 mil unidades, com preço médio de R$ 24,68. “Agora, estamos intensificando as visitas aos médicos para apresentar essa novidade no mercado, voltada ao alívio da enxaqueca aguda. A meta é alcançar 1,1 milhão de unidades comercializadas”, informa o diretor. O
Aurom já está disponível em farmácias de todo o Brasil. “Este é mais um avanço da Prati-Donaduzzi no desenvolvimento de medicamentos voltados ao tratamento de doenças do Sistema Nervoso Central, um dos focos estratégicos da nossa indústria”, acrescenta Bianqui.