Prazeres da primeira semana do FC
31/03/2025 às 19:15
Impossível maratonar por todo o Festival de Curitiba: são duas dezenas de peças na mostra oficial e mais de 200 nos eventos paralelos, além do Fringe. Os horários às vezes permitem sair de um teatro e correr para outro, mas na maioria das vezes, não. Assim, com esse “nariz de cera” a título de desculpa por omissões, seguem os meus melhores momentos desta edição de 2025 (e me isento dos piores momentos, eu não estava lá):
O melhor momento é a curadoria. Os espetáculos selecionados foram encaixados por eixos: Latino, Futuro Ancestral, Teatro no Espelho, Curitiba, Mergulho na Língua, Teatro Pop, Vidas rebeldes, Musicais, Dança, Rua e Interlocuções. Enfim, atrações para todos os públicos.
A grata surpresa são as pratas da casa: 1) A magnífica performance de Kauê Persona representando o poeta Paulo Leminski em Cabaré Haikai. 2) A montagem do Teatro de Comédia do Paraná para a obra de Dalton Trevisan. Mesmo em ansiedade de estreia nacional, Daqui Ninguém Sai é uma honrosa, amorosa e inteligente criação, dirigida por Nena Inoue.
Um dos grandes momentos do festival: a atuação de Débora Falabella em Prima Facie (aplausos sinceros de bons minutos ao final das duas sessões). A pequenina atriz toma conta de todo o palco do Guairão, vira gigante na pele de uma advogada vítima de estupro. E injustiçada, tal qual na vida real.  
Ah, e a Renata Sorrah!? Sensacional com a Cia Brasileira de Teatro em Ao Vivo (Dentro da cabeça de alguém). Aqui é de se louvar também a direção e o texto (que texto!) de Marcio Abreu. O enredo é feito de memórias do passado e as que estamos construindo no presente.
Bom dia, eternidade. Boa noite teve a plateia do Teatro da Reitoria diante do formidável espetáculo de quatro atores/músicos mais quatro músicos/atores. Todos pretos, todos da periferia paulistana, todos intérpretes de primeira grandeza da vida brasileira, de ontem, de hoje e com esperança no futuro.
Do teatro de rua, um dos grandes destaques da primeira semana veio do Ceará: Laborioso Contato. Sozinho no palco, mas atuando com bonecos e a plateia, Chico Henrique enfrenta o fim do mundo com a esperteza dos personagens de cordel, tradicional literatura  nordestina.
E para  esta segunda semana, já começando hoje com as drags de Rei Lear, são esperadas mais emoções, regadas a alegria e lágrimas.   
 
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