Curitiba lidera a valorização imobiliária no Brasil
Com o preço médio do metro quadrado de R$10.700, quase 80% maior do que há uma década (R$5.970 em 2015), Curitiba se consolidou como um dos mercados imobiliários mais promissores do Brasil. Em 2024, a capital paranaense liderou o índice FipeZAP de valorização de imóveis entre as capitais brasileiras, com alta de 18%. Além disso, a cidade figura entre as melhores para investimentos em locação, segundo o Ranking Melhores Cidades para Investir em Imóveis 2025, da startup MySide. Com uma rentabilidade anual média de 13,5% entre 2019 e 2024, a cidade ocupa o quarto lugar no ranking nacional. "Curitiba oferece excelente relação custo-benefício em comparação com outros grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. E parte da recente valorização dos imóveis na cidade se deve a um ajuste de preço, que estava abaixo do valor real considerando a qualidade de vida, infraestrutura urbana e as oportunidades que a capital oferece", avalia o diretor da JBA Imóveis, Ilso Gonçalves. O cenário de valorização imobiliária de Curitiba, aumento da demanda por locações e novos modelos de moradias tem atraído investidores, em busca de retorno mais vantajoso do que o das aplicações em renda fixa. De acordo com o analista, o momento é oportuno para os investimentos imobiliários.
SAFRA RECORDE DE SOJA: PRÓS E CONTRAS
O Brasil está prestes a consolidar sua posição como líder global na produção de soja, com uma safra recorde projetada em 168,15 milhões de toneladas. O volume histórico deve injetar dinamismo na economia, fortalecendo as exportações e impulsionando o setor agrícola. No entanto, o cenário não é apenas de otimismo: desafios logísticos, gargalos na armazenagem e a forte dependência do mercado externo podem impactar a rentabilidade do produtor. Para Felipe Jordy, gerente de inteligência e assessoria comercial da Biond Agro, a produção recorde é um marco para o agro brasileiro, mas também traz grandes desafios: “A logística necessita ser eficiente para evitar pressão sobre os preços e garantir competitividade”, afirma. O contexto internacional também adiciona uma camada de incerteza. Recentemente, os Estados Unidos oficializaram novas tarifas sobre produtos do México, Canadá e China. Em resposta, a China retaliou as medidas americanas impondo tarifas que podem chegar a até 15%.
ATENÇÃO AOS MOVIMENTOS MUNDIAIS
“Esse movimento pode beneficiar o Brasil, mas também exige estratégias assertivas dos produtores para garantir bons resultados. Além disso, a disputa comercial entre EUA e China abre oportunidades, mas também pode levar a barganhas agressivas da China, que busca reduzir custos de importação. Assim, o produtor precisa estar atento e buscar oportunidades no momento certo para não comprometer sua rentabilidade”, analisa Jordy. A safra recorde de soja se apresenta como uma oportunidade para o Brasil fortalecer sua posição no mercado global, mas também exige gestão estratégica e visão de longo prazo para mitigar riscos e maximizar ganhos.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA BOMBRIL
A Bombril, marca icônica do setor de limpeza no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial, buscando reestruturar dívidas que ultrapassam R$ 2,3 bilhões. O endividamento elevado tem como principal origem passivos tributários acumulados no final da década de 1990, quando a empresa esteve sob o comando do grupo italiano Cragnotti & Partners. Além disso, obrigações financeiras com vencimentos antecipados, que somam cerca de R$ 220 milhões, também contribuíram para a crise. Diante dessa situação, especialistas avaliam que o crédito internacional poderia ter sido uma alternativa para evitar o colapso financeiro da companhia. Segundo Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e especialista em crédito internacional, o acesso a financiamentos no exterior é uma estratégia pouco explorada por empresas brasileiras, mas que pode oferecer condições mais vantajosas para manter a sustentabilidade financeira. "O crédito internacional permite às empresas buscar capital com prazos mais longos, juros mais competitivos e estruturas financeiras que se adaptam melhor às suas necessidades. Se a Bombril tivesse buscado essa alternativa antes, poderia ter equilibrado sua estrutura de capital sem precisar recorrer à recuperação judicial", explica Bravo.
ATIVIDADES EXCLUÍDAS DO MEI
A exclusão de mais de 40 atividades do regime do Microempreendedor Individual (MEI) em 2025 trouxe desafios para profissionais que perderam esse enquadramento. Portanto, atenção para os riscos de continuar operando sem regularização e entenda quais são as alternativas para manter a formalização e os benefícios previdenciários. O especialista em Direito Previdenciário e mestre em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas, Washington Barbosa, esclarece que o MEI oferece vantagens significativas, mas tem critérios específicos: “Ser MEI é uma grande vantagem, pois permite uma contribuição previdenciária reduzida de 5% do salário-mínimo, já incluindo impostos. No entanto, nem todas as profissões podem aderir a esse regime”, explica.
TAREFAS AFETADAS
A exclusão atinge novas categorias, como alinhador de pneus, arquivista de documentos, comerciantes de fogos de artifício e de gás liquefeito de petróleo, confeccionador de fraldas descartáveis e coletor de resíduos perigosos, entre outros. Segundo Barbosa, essa atualização ocorre constantemente. “A cada ano, o governo revisa a lista e pode excluir ou incluir atividades. Em 2025, diversas profissões perderam a possibilidade de se enquadrar no MEI”.
COMO REGULARIZAR
Quem foi excluído do MEI deve agir rapidamente para evitar problemas fiscais. “Se sua atividade foi retirada da lista, você deve acessar o portal do empreendedor e atualizar seu cadastro. Caso contrário, poderá estar ilegal do ponto de vista fiscal”, avisa o especialista. Além da ilegalidade, a mudança impacta diretamente no bolso dos profissionais. “A base tributária aumenta significativamente. A alíquota previdenciária, por exemplo, sobe de 5% para 20%, o que pode pesar bastante no orçamento”, explica Barbosa. A recomendação final é clara: "O ideal é agir com antecedência para evitar surpresas fiscais e encontrar a melhor opção para continuar trabalhando de forma legal”.
VENDAS E IMPORTAÇÕES DE CARROS ELÉTRICOS BATEM RECORDE
O mercado automotivo brasileiro ganha impulso significativo com o crescimento da frota de carros elétricos. Em 2024, as importações destes veículos bateram recorde e atingiram quase US$ 1,6 bilhão, um aumento de 107,7% em relação ao ano anterior, conforme dados da Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As vendas no país também acompanharam esse incremento, registrando acréscimo de 89% e 177.538 unidades comercializadas no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Só em dezembro, foram vendidos 21.634 carros. Especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, Rogério Marin prevê que o mercado de mobilidade elétrica deve continuar avançando em 2025 em função de diversos fatores, tais como o aumento da oferta (e da concorrência) de novos modelos, entrada de novos fabricantes no mercado, queda nos preços relativos dos veículos eletrificados em relação aos convencionais (ICE - Internal Combustion Engine), redução do desconhecimento do consumidor sobre o produto e ampliação da infraestrutura de recarga, que vem crescendo em todo país. “A expectativa é que esse mercado continue em alta, impulsionado pelo comportamento do consumidor brasileiro, que tem buscado cada vez mais alternativas sustentáveis e econômicas. Mesmo com o aumento do Imposto de Importação, os carros elétricos representaram mais de 40% do total de veículos importados no ano passado, consolidando o Brasil como um mercado significativo e atraindo investimentos de grandes montadoras chinesas, como a BYD e a GWN, além da chegada de várias outras, tais como Zeekr e Denza”, explica Marin.
SERASA FAZ MUTIRÃO PARA QUITAÇÃO DE DÍVIDAS
Diante da queda da inadimplência registrada após o número recorde de acordos fechados no Feirão de novembro, a Serasa decidiu lançar a maior ofensiva já feita no país para ajudar os brasileiros mais endividados. Com a adesão de 1.456 empresas de diversos segmentos, o mutirão nacional contra as dívidas volta com os descontos habituais do Feirão Limpa Nome e o Auxílio-Dívida, incentivo de até R$ 100 para estimular as negociações. Até o dia 23 de fevereiro, na primeira semana do Feirão, os consumidores que pagarem uma ou mais dívidas que juntas somarem pelo menos R$ 300, terão direito ao Auxílio-Dívida de até R$ 100, no valor de um outro débito em aberto, para quitar essas pendências. As dívidas podem ser atrasadas ou já negativadas (as que colocam o CPF no Cadastro de Inadimplentes). A iniciativa faz parte do esforço das maiores empresas do país e da Febraban para proporcionar um fôlego financeiro aos inadimplentes que têm, em média, 4 dívidas. O Auxílio-Dívida é válido para acordos realizados exclusivamente pelo aplicativo oficial da Serasa e pagos à vista, via Pix. Se no Feirão de novembro a Serasa liderou uma ação com mil empresas, dessa vez a adesão foi 40% maior. “Os resultados impressionantes de novembro, com 10,7 milhões de dívidas negociadas, estimularam a chegada de novas empresas participantes, aumentando em milhões o número de ofertas disponíveis”, explica Aline Maciel, especialista da Serasa em educação financeira. Ao todo, são 602 milhões de dívidas com descontos de até 99% e que podem ser parceladas em até 72 vezes. Além do Auxílio-Dívida, os brasileiros que negociarem suas dívidas via Pix podem ter o nome limpo instantaneamente e o Serasa Score (pontuação de crédito) atualizado em tempo real.