
O musical Os Olhos de Nara Leão, com Zezé Polessa e direção de Miguel Falabella, chega a Curitiba em curta temporada na próxima semana, no Teatro Fernanda Montenegro. Em cena, a cantora é revivida compartilhando lembranças e reflexões, como se estivesse vindo de algum lugar do futuro - ou passado. Em um grande fluxo de consciência, o texto traz momentos e canções da cantora sem preocupação com cronologias, datas ou outras formalidades.
“Eu não procuro imitar o seu jeito de falar ou cantar, existe uma liberdade em todo este processo e isso não poderia ser diferente com alguém que sempre foi tão livre”, diz Zezé, que interpreta ao vivo alguns dos muitos sucessos de Nara, como A Banda, Corcovado, Marcha da Quarta-feira de Cinzas, entre tantos outros que deixaram saudadesna voz suave de Nara.
Zezé Polessa conta o desejo por esse trabalho nasceu durante a pandemia: após ler uma biografia da cantora, enfileirou diversas entrevistas e livros sobre o período, quando intuitivamente, começou ali a fazer uma pesquisa daquela que seria a sua próxima personagem.
Ao fim, o musical-solo visita diversos estilos e movimentos dos quais Nara participou, pois em constante mutação, essa personagem nunca se deixou rotular ou ficar presa a um determinado gênero musical. Esteve no coração do nascimento da Bossa Nova, flertou com o Tropicalismo, participou dos festivais da canção, protagonizou o lendário show Opinião, com João do Vale e Zé Ketti, tendo escolhido a estreante Maria Bethânia para substituí-la. Ela ainda resgatou antigos compositores, cantou samba-canção, músicas de protesto, rock n’roll e jovem guarda. Sua liberdade e inquietação refletiam em sua criação artística.
Não é a primeira vez que Zezé canta em cena. Sua trajetória, desde que abandonou o diploma de médica pelos palcos, foi pontuada por alguns musicais, como “Noel Rosa”, de Domingos de Oliveira, “Receita de Vinícius”, e em “A Noviça Rebelde”, tendo sido protagonista em uma versão inovadora. Ela e Miguel Falabella se conheceram no Rio de Janeiro, no final da década de 70, na peça O Despertar da Primavera, que lançou Maria Padilha, Daniel Dantas, Rosane Goffman, entre outros atores. Desde então, dividiram o palco em espetáculos como “Mephisto” e “O Submarino”, também com texto de Miguel. Em 1996, ela estrelou a premiada “Florbela Espanca – A Bela do Alentejo”, monólogo sobre uma personalidade feminina marcante (a poeta portuguesa Florbela Espanca), com direção dele. A trajetória da dupla se fortaleceu ainda nas novelas “Salsa e Merengue” e “A Lua me Disse”, em que Miguel escreveu personagens especialmente para Zezé, além da turnê com “A Mentira”, em 2019, espetáculo que os reuniu novamente em cena. “Os monólogos da vagina”, foi mais um sucesso que Zezé atuou e Miguel dirigiu.
Ficha técnica:
Texto e direção de Miguel Falabella
Assistente de direção: Erica Montanheiro
Direção musical, arranjos e produção musical: Josimar Carneiro
Cenografia: Marco Lima
Desenho de luz: Cesar Pivetti
Desenho de som: Arthur Ferreira e João Gabriel Mattos
Figurino: Nathália Duran
Visagismo: Marcelo Dias
Músicos (estúdio): André Boxexa (bateria e percussão); Antônio Guerra (Piano e acordeon); Josimar Carneiro (Violão); Pedro Aune (Contrabaixo); Rui Alvim (Saxofone, clarinete e clarone).
Preparadora vocal: Mariana Baltar
Camareira: Maninha Xica
Operador de luz: Lucas Leicam
Operação de som: João Gabriel Mattos
Diretor de palco e microfonista: Douglas Fernandes
Gerente de comunicação, design e mídias digitais: Gigi Prade
Performance e pesquisa de conteúdo: Leila Guimarães
Concepção visual: Kelson Spalato
Fotógrafa: Priscila Prade e Flavio Colker
Audiovisuais: Gatu Filmes
Assessoria de imprensa: Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho
Assessoria de imprensa Curitiba: TIP - Performance de Mídia
Brica Braque Produções e MJC Polessa:
Direção de produção: Priscila Prade
Produção executiva: Fernando Trauer
Produção: Dani Agarelli
Assessoria jurídica: Andrea Francez
Administração: Kelly Marietto
Idealização: Zezé Polessa
Realização: Brica Braque Produções e Polessa Produções
Imperdível:
Entradas à venda pelo
Disk Ingressos com valores a partir de R$65 (meia-entrada) + taxa adm. As sessões ocorrem às 20h, nos dias 21 e 22 de fevereiro, e às 19h, no dia 23 de fevereiro. No Teatro Fernanda Montenegro (Shopping Novo Batel - Rua Cel. Dulcídio, 517);
Classificação etária: Livre.
Duração: 80 minutos