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Em tempo de guerras, mas sem nenhuma delas ter sido declarada, chega ao cinema mais uma daquelas histórias edificantes de resistência quando o nazismo tomou conta de corações e mentes da Europa. Trata-se de Pássaro Branco – Uma História De Extraordinário, adapatação do livro de R.J. Palacio, autora do best-seller Extraordinário, que em 2017 virou filme, contando o drama de uma criança com a síndrome de Treacher Collins.
Pássaro Branco, que estreia nas telas nesta quinta-feira, após seguidos adiamentos, traz Julian (Bryce Gheisar), aquele rapazinho expulso de sua antiga escola pela falta de gentileza, hostilidade mesmo, que teve com Auggie, o coleguinha com a síndrome Treacher Collins. Porém, Auggie nem surge e nem é citado em Pássaro Branco.
Mas a atitude hostil de Julian é sutilmente encarada por sua avó Sara, interpretada por Helen Mirren. E uma lição de vida, que mistura coragem, amizade, amor e gentileza é relatada pela avó.
Conta ela que durante a II Guerra Mundial, era uma adolescente judia (Ariella Glaser) vivendo na França ocupada pelos nazistas. Estudava com um colega portador de paralisia infantil, que sentava ao seu lado, mas que nem mesmo seu nome nunca teve interesse em saber. Ele era tratado pelos colegas por um apelido pejorativo devido ao rústico aparelho usado na perna.
No entanto, quando nazistas surgem para prender todos os alunos judeus, ela é salva pelo colega da carteira ao lado, também chamado Julian, encantadoramente vivido por Orlando Schwerdt. Com direção de Marc Forster e roteiro assinado por Mark Bomback com a própria R.J. Palacio, o filme entrelaça gentilezas com o primeiro amor e proporciona ao público doces imagens nascidas da imaginação para enfrentar o medo e a solidão.
De resto, em tempo de noticiário diário com imagens genocidas, a gentileza de Pássaro Branco causa um gosto amargo na boca e na alma. Alguma esperança de sensibilizar corações e mentes dos senhores das armas?