Ainda Estou Aqui abre Hollywood Brazilian Film
25/10/2024 às 17:53

De 29 de outubro a 2 de novembro, em Las Vegas, ocorre a 16ª edição do Hollywood Brazilian Film Festival. Nas telas, os filmes brasileiros que mais tiveram destaque nos principais festivais internacionais, como Cannes, TIFF e Veneza, com o objetivo de dar visibiolidade a produções pouco vistas nos Estados Unidos. E o filme de abertura é o Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que será apresentada aos votantes do Oscar.

A seleção oficial de filmes conta com No Nosso Sangue, Cidade; Campo, Greice, Baby, Oeste Outra Vez, Malu e a série Cidade de Deus: A Luta não Para.

As filmes serão exibidos no Museu da Academia do Oscar, na Cinemateca Americana e no cinema indie de Los Feliz. Estarão presentes os atores Fernanda Torres e Selton Mello e os diretores Aly Muritiba (Cidade de Deus: A Luta Não Para), Erico Rassi (Oeste Outra Vez), Marcelo Caetano (Baby), Pedro Freire (Malu), e Pedro Kos (No Nosso Sangue).

Talize Sayegh, fundadora e diretora executiva do festival, conta: “Nosso objetivo é amplificar as vozes de cineastas que trazem perspectivas únicas e sub-representadas para a tela". E completa: “O cinema brasileiro está passando por um momento extraordinário, com cineastas criando obras ousadas e originais que capturam o espírito de nossa cultura. Estamos muito empolgados em trazer a diversificada programação deste ano para Los Angeles”.

O festival contará com uma exibição especial gratuita da série original completa da HBO “Cidade de Deus: A Luta Não Para” no dia 2 de novembro, seguida por um painel com o diretor Aly Muritiba. Esta série serve como uma continuação do aclamado filme de 2002, Cidade de Deus, originalmente adaptado por Bráulio Mantovani do romance de Paulo Lins e dirigido por Kátia Lund e Fernando Meirelles. A série é estrelada por Alexandre Rodrigues, Thiago Martins, Roberta Rodrigues, Sabrina Rosa, Edson Oliveira, Marcos Palmeira e Andréia Horta.

Think Cinema

O festival também apresentará a segunda edição do Think Cinema Think Brazil Lab em colaboração com a SPCine, que apoia seis cineastas indígenas, negros e LGBTQIA+ com mentoria de profissionais líderes da indústria de Los Angeles. Essa iniciativa proporciona oportunidades para talentos brasileiros e abordar a falta de representatividade na indústria do entretenimento brasileiro, em que apenas 2% dos profissionais são negros, apesar de 57% da população do Brasil se identificar dessa forma.

 No ano passado, a iniciativa gerou inúmeros sucessos. Participantes, como Tatiana Lohmann, conseguiram a oportunidade de apresentar sua série à NBC, Alicia Marcone ganhou uma bolsa na Stella Adler Academy, e Belize Moefeli teve a chance de apresentar sua comédia romântica à Film Land.

O vencedor do laboratório de cinema. receberá representação exclusiva da renomada agência APA, um passo crucial para expandir sua carreira em Hollywood, além de assistência no processo de visto O-1, permitindo que eles tragam suas histórias únicas para um público global.

 Filmes da mostra

No Nosso Sangue (Dir. Pedro Kos | Brasil | 2024 | 89’)

Sinopse: Uma jovem cineasta, Emilly, grava um documentário sobre seu reencontro com a mãe, depois de 10 anos afastada, mas a investigação acaba revelando perigosos segredos. Ela se junta ao cinegrafista Danny para registrar o momento, mas tudo muda quando a mãe desaparece misteriosamente, muito provavelmente por causa dos vícios e problemas que a fizeram abandonar o lar anos atrás. 

Cidade; Campo (Dir. Juliana Rojas | Brasil | 2024| 119’)

Sinopse: O filme acompanha a história de duas mulheres que transitam entre a vida urbana e rural em busca de um novo começo. Após um desastre natural devastar suas terras, Joana (Fernanda Vianna), foge para São Paulo para tentar recomeçar do zero em um ambiente desconhecido. Enquanto isso, Flávia (Mirella Façanha), se muda com sua esposa Mara (Bruna Linzmeyer) para a fazendo de seu falecido pai, onde enfrentarão os desafios para se adaptar à vida no campo. A narrativa explora as transformações e desafios enfrentados pelas protagonistas em meio a novas paisagens e realidades, destacando a luta pela sobrevivência e a busca por identidade em contextos de ruptura e mudança.

Greice (Dir. Leonardo Mouramateus | Brasil | 2024 | 110’)

Sinopse: Greice é uma jovem mulher brasileira estudando e trabalhando em Lisboa. Num dia de trabalho, ela conhece Alfonso, e essa relação vai ser o estopim para uma série de acontecimentos que a levam de volta a seu Ceará natal. Neste seu terceiro longa, Leonardo Mouramateus encontra uma forma extremamente precisa de conectar seus jogos de fabulações e espelhos, sempre passados nesta fronteira imaginária que une (e separa) Brasil e Portugal. Com seus diálogos mordazes, interpretados por um elenco cativante, o filme trata com notável leveza de temas complexos ao redor das identidades, e em especial das relações sociais e de gênero.

Baby (Dir. Marcelo Caetano | Brasil | 2025 | 107’)

Sinopse: Baby é o apelido que Wellington (João Pedro Mariano) recebe. Ele é um jovem recém-libertado de um centro de detenção e se vê perdido nas ruas de São Paulo. Durante uma visita a um cinema com foco em produções pornográficas, ele conhece Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa que tem Baby como seu protegido e está determinado a ensinar as malícias da vida e novas formas de sobreviver.

A partir de então, os dois iniciam uma relação tumultuada, marcada por conflitos entre exploração e proteção, ciúme e cumplicidade. Ambientado em um cenário urbano vibrante, Baby explora as complexidades das conexões humanas e os desafios de se reintegrar na sociedade após o período de detenção.

 Oeste Outra Vez (Dir. Erico Rassi | 2024 | Brasil | 97’)

Sinopse: A produção apresenta a narrativa de um faroeste brasileiro ambientado em um lugar isolado no sertão de Goiás, no Brasil, onde homens rudes, incapazes de lidar com suas próprias fragilidades, são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros. 

Malu (Dir. Pedro Freire | 2023 | Brasil| 100’)

Sinopse: O longa conta a narrativa de Malu (Yara de Novaes), uma atriz desempregada no auge dos seus 50 anos que vive em uma casa precária na periferia no Rio de Janeiro. Ela é obrigada a conviver com sua mãe racista e tenta viver sob a relação tensa e desagradável que mantém com sua própria filha. Malu enfrenta essa luta constante de más relações e energias enquanto tenta sobreviver às memórias de um passado glamouroso que a persegue. 

Cidade de Deus: A Luta não Para (Dir. Aly Muritiba | 2024 | Brasil | 6x50’)

Sinopse: A série original da HBO é uma continuação adaptada da obra literária de Paulo Lins e acompanha os personagens do renomado filme de 2002 depois de 20 anos, pelas lentes de Buscapé (Alexandre Rodrigues). A produção retrata o impacto dos conflitos entre policiais, traficantes e milicianos na vida dos moradores da comunidade. A história volta às telas a partir da saída do jovem traficante Braddock (Tiago Martins) da prisão. Ele decide tentar recuperar o controle do morro das mãos do chefe Curió (Marcos Palmeira), colocando os moradores da Cidade de Deus no meio do fogo cruzado entre a milícia, o tráfico e as autoridades do Rio de Janeiro. 

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