Fisioterapia pode ajudar na recuperação de um ex-fumante?
01/10/2024 às 18:20
Desinsuflação e expansão pulmonar e exercícios respiratórios, aeróbicos e de fortalecimento muscular global são algumas das técnicas que contribuem para a reabilitação pulmonar

Você sabia que a fisioterapia desempenha um papel fundamental na recuperação pulmonar de ex-fumantes? Segundo a fisioterapeuta pneumofuncional e professora do Centro Universitário do UniBrasil, Cintia Regina de Oliveira, o tratamento ocorre a partir da reabilitação pulmonar, incluindo a realização de técnicas que melhorem a capacidade respiratória.

“Esses métodos incluem exercícios respiratórios, técnicas específicas com objetivo de promover a limpeza das vias aéreas, desinsuflação pulmonar, expansão pulmonar, exercícios aeróbicos e exercícios de fortalecimento muscular global com o objetivo de melhorar a eficiência respiratória”, destaca.

Ela esclarece que a reabilitação pulmonar, associada aos cuidados com a prática regular de atividade física e alimentação saudável, pode auxiliar na recuperação pulmonar. E, por consequência, na qualidade de vida.

A estudante do curso de Fisioterapia do Centro Universitário UniBrasil, Laura Maria Barbosa Andreatta, explica que o tabagismo exerce um impacto devastador no pulmão. E, com isso, o papel da fisioterapia ganha destaque para o tratamento.

“Durante meus estudos, aprendi que o tabagismo exerce um impacto devastador na saúde pulmonar e, também, sistêmica. A inalação da fumaça do cigarro causa danos irreversíveis aos pulmões. Por isso, a fisioterapia desempenha um papel fundamental e amplo na reabilitação e no tratamento de pacientes com doenças pulmonares relacionadas ao tabagismo”, ressalta.

Quais técnicas e exercícios de fisioterapia que ajudam um ex-fumante?

São diversas etapas de exercícios respiratórios, musculares e físicos – de acordo com a professora Cintia Regina de Oliveira. Segundo ela, são incluídos nos exercícios respiratórios:

    •  Respiração diafragmática;
    •  Respiração com freno labial;
    •  Respiração em tempos equivalentes.

E, por fim, recursos que possam auxiliar na melhora da mecânica ventilatória. Por exemplo: TEMP, EPAP e pressão positiva (exercícios que visem uma conscientização da ventilação pulmonar).

“Treinamento de músculos respiratórios com dispositivos de resistência para fortalecer os músculos respiratórios. Além de exercícios que visam o condicionamento físico como caminhadas, ciclismo, atividades aeróbicas que proporcionam melhora da capacidade funcional e da aptidão cardiorrespiratória”, salienta.

Cintia lembra que os benefícios podem aparecer nas primeiras semanas de tratamento, dependendo da gravidade pulmonar.

“Em geral, os pacientes podem começar a perceber benefícios nas primeiras semanas de tratamento, mas uma recuperação mais notável pode ocorrer após três a seis meses de fisioterapia contínua. Isso, dependendo da gravidade da condição pulmonar inicial e da adesão ao programa de exercícios, logo o tempo necessário para observar melhorias significativas pode variar amplamente entre os indivíduos”, diz.

Para a aluna de Fisioterapia, Laura Maria Barbosa Andreatta, existe a complexidade e individualidade de cada paciente para que o tratamento dê certo.

“Durante o tratamento se destacam muitas técnicas, manipulações, exercícios e aparelhos que ficam à disposição para sempre aprimorar o atendimento. Sabendo disso, os recursos mais utilizados para este tratamento seriam os exercícios respiratórios e manobras para diversos objetivos como higiene brônquica, reexpansão e prolongamento expiratório”, destaca.

Como a Fisioterapia pode ajudar na prevenção de doenças respiratórias?

A fisioterapia ajuda tanto na prevenção quanto nos efeitos das doenças respiratórias crônicas. A professora Cintia Regina de Oliveira explica que isso ocorre por meio de uma otimização da função respiratória e da redução dos sintomas associados.

“São utilizados exercícios específicos e técnicas de reabilitação, que visam fortalecer os músculos respiratórios, melhorar a ventilação e a oxigenação e promover a limpeza das vias aéreas. E, também, exercícios para melhorar a capacidade funcional, além da aptidão cardiorrespiratória, musculoesquelética”.
Ao paciente são realizadas orientações sobre a doença, o autocuidado, técnicas de conservação de energia para a independência e qualidade de vida.

“Os maiores desafios são a adesão ao tratamento para a quebra do ciclo vicioso da inatividade advinda das complicações respiratórias decorrentes do tabagismo. Para superar esses desafios, é importante realizar um tratamento individualizado, diversificado, abrangente que atenda às necessidades específicas de cada paciente”, ressalta professora.

A estudante Laura Maria Barbosa Andreatta revela que a fisioterapia possui um importante papel na qualidade de vida aos fumantes e ex-fumantes. “Desde aspectos físicos, emocionais ou psicossociais. Tudo inicia com a promoção de maior independência deste paciente na realização de suas atividades do dia a dia. E, subsequentemente, aumenta sua confiança e autoestima prevenindo complicações e somando a expectativa de vida”.

Por fim, a professora Cintia destaca a eficácia da fisioterapia na recuperação pulmonar. “A participação ativa do paciente no processo de reabilitação assim como o suporte contínuo são fundamentais para o sucesso do tratamento. Além disso, a conscientização sobre a importância de um estilo de vida saudável e a cessação do tabagismo são aspectos cruciais para a promoção da saúde respiratória a curto, médio e longo prazo”, finaliza.
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