Ser enganado
05/09/2024 às 18:38
Foto de Honest Paws na Unsplash

por Maria Lucia Wood Saldanha

Há uma antiga sabedoria que diz: "É melhor ser enganado do que enganar." Essa frase carrega um peso moral profundo e nos convida a refletir sobre a essência da honestidade e da integridade, principalmente num país onde a cultura é  “levar vantagem em tudo”.

Quando somos enganados, sentimos a dor da traição, a desilusão, a perda de confiança e até certa mágoa ou raiva de quem praticou o ato. É uma experiência amarga que pode nos deixar cicatrizes emocionais. No entanto, essa dor, por mais intensa que seja, é temporária. Com o tempo, aprendemos a lidar com a decepção, a reconstruir nossa confiança e a seguir em frente. Ser enganado nos ensina lições valiosas sobre a natureza humana, sobre a importância de sermos cautelosos e sobre a necessidade de discernimento em nossas relações.

Por outro lado, quando escolhemos enganar, estamos deliberadamente traindo a confiança de alguém. Esse ato não apenas fere a outra pessoa, mas também corrompe nossa própria integridade. A culpa e a vergonha que acompanham o engano podem nos perseguir por muito tempo, corroendo nossa paz de espírito e nossa autoestima. Sim, porque lá dentro de nós existe a consciência que não deixa passar que agimos errado. Enganar é um ato que nos afasta dos valores que nos tornam verdadeiramente humanos decentes.

A honestidade é um pilar fundamental das relações humanas. Quando somos honestos, construímos pontes de confiança e respeito mútuo, bem como edificamos nosso próprio nome. Ela nos permite viver de acordo com os princípios e valores de uma sociedade, nos dá a liberdade de sermos autênticos e nos conecta de maneira genuína com os outros. Ser honesto, mesmo quando é difícil, é um ato de coragem e de amor-próprio.

Escolher ser honesto, mesmo correndo o risco de ser enganado, é escolher viver com integridade. É optar por um caminho de retidão, onde nossas ações refletem nossos valores mais profundos. É reconhecer que a verdadeira força não está em manipular ou enganar os outros, mas em ser fiel a si mesmo e aos outros.

Portanto, é melhor ser enganado do que enganar, porque a honestidade nos mantém íntegros, nos permite viver em paz com nossa consciência e nos conecta de maneira autêntica com o mundo ao nosso redor. A dor de ser enganado pode ser superada, mas a desonra de enganar é uma ferida que carregamos dentro de nós. Escolher a honestidade é escolher a dignidade, a paz e a verdadeira força interior.

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