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O avião presidencial da Venezuela foi apreendido pelos Estados Unidos nesta segunda-feira (2). A informação foi confirmada pelo Departamento de Justiça dos EUA. A apreensão ocorreu na República Dominicana, em uma operação de cooperação entre os governos americano e dominicano, segundo autoridades dos EUA.
Conforme o órgão americano, a apreensão se deu por conta da violação de sanções impostas pelos EUA e pelo Departamento de Comércio americano contra o governo Maduro. Autoridades americanas também disseram que a aeronave foi comprada ilegalmente por meio de uma empresa fantasma e contrabandeada para fora dos Estados Unidos.
“O Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que, alegamos, foi ilegalmente comprada por US$ 13 milhões por meio de uma empresa fantasma e contrabandeada para fora dos Estados Unidos para uso de Nicolás Maduro e seus comparsas”, disse o procurador-geral Merrick Garland em um comunicado.
A aeronave de Maduro é do modelo Dassault Falcon 900 EX, um avião produzido para o mercado corporativo. Há passagens documentadas do avião por São Vicente e Granadinas, Cuba e Brasil — algumas destas viagens com Maduro a bordo. O governo da Venezuela chamou a apreensão de “pirataria” em comunicado oficial na noite desta segunda (2).
A apreensão do avião ocorre em meio a pressão internacional sobre o presidente venezuelano por conta da eleição presidencial. A autoridade eleitoral e o Tribunal Supremo de Justiça do país deram a vitória a Maduro, porém não houve a apresentação das atas eleitorais, que comprovariam o resultado.
Após a apreensão na República Dominicana, o avião foi levado pelas autoridades americanas para Fort Lauderdale, na Flórida, de acordo com o Departamento de Justiça. A aeronave parece estar registrada atualmente com o prefixo T7, usado como identificação da República de San Marino.
Uma investigação do Departamento de Justiça mostrou que, no final de 2022 e início de 2023, “pessoas associadas a Maduro supostamente usaram uma empresa fantasma sediada no Caribe para ocultar seu envolvimento na compra ilegal da aeronave Dassault Falcon 900EX.”
O avião foi então exportado ilegalmente dos Estados Unidos para a Venezuela pelo Caribe no ano passado e, desde então, tem voado de e para uma base militar venezuelana e sido usado “para o benefício de Maduro e seus representantes, incluindo para transportar Maduro em visitas a outros países”, disse o Departamento de Justiça.
“A apreensão desta aeronave é mais uma ação significativa da Homeland Security Investigations, trabalhando com nossos parceiros nacionais e internacionais contra as atividades ilegais do regime de Maduro”, disse o agente especial Anthony Salisbury, da Homeland Security Investigations (HSI) de Miami.
Estados Unidos, União Europeia e mais dez países da América Latina, além da OEA (Organização dos Estados Americanos), rejeitaram a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela de respaldar a vitória do presidente do país, Nicolás Maduro, nas eleições venezuelanas realizadas em junho.
Em um comunicado conjunto, EUA, Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai disseram que não reconhecem a decisão do Supremo venezuelano. Os signatários também pedem uma “auditoria imparcial” dos votos.
“Nossos países já haviam manifestado o desconhecimento da validez da declaração do CNE (de que Maduro venceu as eleições), logo depois de que o acesso dos representantes da oposição à contagem de votos foi impedida, da não publicação das atas (eleitorais, que contabilizam os votos) e da recusa posterior em que se fizesse uma auditoria imparcial e independente”, disse o comunicado.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, também afirmou que o respaldo de Supremo à vitória de Maduro ‘não tem nenhuma credibilidade’.
As informações são do portal de notícias G1.