Agronegócio brasileiro cresce quase 6% neste ano
Entre abril de 2023 e abril de 2024, o Agronegócio brasileiro ampliou em 5,8% sua representatividade no mercado, com saldo positivo de mais de 45 mil empresas, totalizando 837.008 unidades instaladas atualmente no País. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há 30 anos, com base em dados oficiais. Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, a ascensão agro deve-se principalmente à região Sudeste, por concentrar sozinha 727.185 companhias. Em seguida, vem o Sul, responsável por 36.423 unidades, sendo quase alcançado pelo Centro-Oeste e seus 36.291 estabelecimentos. Nas últimas posições, estão Nordeste, com 26.071, e Norte, somando 11.038 empresas. Confirmando os números acima, os maiores mercados agro são, em ordem decrescente, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Goiás. O levantamento aponta ainda que, ao contrário dos outros setores econômicos, agribusiness abriga menos — apenas 74.581 — Microempreendedores Individuais (MEIs), em detrimento das demais naturezas jurídicas que tendem a gerar mais empregos e, juntas, somam 762.427 CNPJs.
FATURAMENTO DAS PEQUENAS EMPRESAS
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica crescimento de 1,2% no faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em junho de 2024, na comparação com junho do ano anterior. No acumulado do ano, o índice apresenta avanço de 4,3% frente ao primeiro semestre de 2023. O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços. Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, observa que o crescimento das PMEs no período foi pouco disseminado e aponta para uma relativa perda de ímpeto do segmento no final do primeiro semestre do ano. As PMEs da Indústria mantiveram crescimento em junho, com alta de 5,3% (YoY). Destaque para as atividades de ‘Fabricação e celulose, papel e produtos de papel’, ‘Fabricação de móveis’ e ‘Impressão e reprodução de gravações’.
COMÉRCIO E SERVIÇOS
No Comércio, as empresas têm demonstrado uma trajetória de recuperação nos últimos meses, após uma sequência de quatro trimestres desafiadores. Em junho, o setor registrou um crescimento de 1,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. “Este movimento tem sido impulsionado, principalmente, pelo segmento atacadista – que apresentou um aumento significativo de 6,9% na comparação anual”, explica Beraldi. Já as PMEs do varejo têm enfrentado mais dificuldades em retornar a uma trajetória de crescimento, de acordo com o economista. O segmento recuou e apresentou queda de 1,3% no faturamento de junho. De toda forma, atividades como ‘Lojas de departamentos’ e ‘Varejo de livros’ encerraram o mês em crescimento. O setor de Serviços, por sua vez, reduziu no faturamento real de 1,7% (YoY). “O resultado acende um alerta de possível desaceleração, que deve ser monitorado nos próximos meses, ainda que os segmentos de ‘Atividades financeiras e de seguros’, ‘Atividades de atenção à saúde humana’, ‘Atividades de prestação de serviços de informação’ tenham avançado no mês e contribuído para restringir o recuo recente”, ressalta.
BRASIL AUMENTA O CONSUMO DE CARNE DE FRANGO
Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano. Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.
COMERCIANTE PARANAENSE MAIS CONFIANTE
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) paranaense alcançou 103,9 pontos em julho, registrando elevação de 2,8% na comparação com junho. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). O índice nacional ficou em 107,4 pontos, com redução de 0,7% na variação mensal. O principal fator que contribuiu para o aumento da confiança do empresariado paranaense foram as Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), com 79,8 pontos, e crescimento de 8% sobre o mês anterior. As projeções de investimentos também apresentaram crescimento no estado, com o subindicador Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) marcando 104,6 pontos e com aumento de 3,4% na variação mensal.
CAUTELA COM O FUTURO
No entanto, os empresários ainda demonstram cautela em relação ao futuro. O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) ficou em 127,2 pontos e teve redução de 0,6% comparado a junho. As empresas de médio e grande porte são as mais reticentes, com ICEC em 100,8 pontos, uma redução de 6,4% na variação mensal. A avaliação dos dirigentes sobre o cenário atual (-2,5%), expectativas para o futuro (-5,2%) e planos de investimentos (-10,6%) pioraram em relação a junho. Entre as micro e pequenas empresas, o indicador marcou 103,9 pontos, com elevação de 3% sobre junho. Os fatores de crescimento foram o ICAEC, com alta de 8,2%, e o IIEC, com aumento de 3,6%. No entanto, as Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) caíram 0,5%.
JUROS DO CARTÃO DE CRÉDITO SOBEM
A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo teve alta de 7,1 pontos percentuais para as famílias, passando de 422,4% ao ano, em maio, para 429,5% ao ano em junho deste ano. Em 12 meses, entretanto, os juros da modalidade caíram 6,3 pontos percentuais. Os dados estão nas Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC). O crédito rotativo dura 30 dias e é aquele tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Ou seja, contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar. A modalidade tem as taxas mais altas do mercado. Em janeiro deste ano, entrou em vigor a lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, mas a medida não afeta a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito. Como ela só se aplica a novos financiamentos, não houve impacto na apuração estatística de junho.
TAXAS MÉDIAS DE JUROS
Com isso, a taxa média de juros no crédito com recursos livres às pessoas físicas ficou em 51,7% ao ano, um recuo de 0,7 ponto percentual no mês e de 7,4 pontos percentuais em 12 meses. Nas operações com empresas, a taxa média alcançou 20,9% ao ano, aumento mensal de 0,3 ponto percentual e queda de 1,9 ponto percentual em 12 meses. Basicamente, contribuíram para este resultado as altas mensais nas taxas médias das modalidades de cheque especial (14,1 pontos percentuais), capital de giro com prazo superior a 365 dias (1,7 ponto percentual) e cartão de crédito parcelado (13,2 pontos percentuais). Em sentido contrário, houve queda de 18,6 pontos percentuais no cartão de crédito rotativo e de 0,6 ponto percentual em desconto de duplicatas e recebíveis. No total do crédito com recursos livres, considerando pessoas físicas e jurídicas, a taxa média de juros atingiu 39,6% ao ano em junho, com decréscimos de 0,3 ponto percentual (p.p) no mês e de 4,6 pontos percentuais em 12 meses. No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo, e se destinam, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito. No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 10,1% ao ano em junho, aumento de 0,2 ponto percentual no mês e recuo de 1,6 ponto percentual em 12 meses.
DÉFICIT DO GOVERNO CHEGA A R$ 38 BILHÕES
O Governo Central - que reúne Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - apresentou déficit primário de R$ 38,8 bilhões em junho, informou hoje (26) o Ministério da Fazenda. Segundo a pasta, o resultado do mês foi melhor que as expectativas do mercado financeiro, que indicavam déficit de R$ 40,9 bilhões. O resultado também foi inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando o déficit foi de R$ 45,1 bilhões em termos nominais. Em junho, o Tesouro Nacional e o Banco Central ficaram superavitários em R$ 6,1 bilhões, enquanto a Previdência Social (RGPS) apresentou déficit primário de R$ 44,9 bilhões. Comparado a junho de 2023, o resultado primário observado decorre da combinação de aumento real de 5,8% (R$ 8,8 bilhões) da receita líquida e de aumento real de 0,3% (R$ 657,5 milhões) das despesas totais.