PIB do Paraná deve crescer 2,2% em 2024
O Paraná deve continuar a trajetória positiva e apresentar crescimento de 2,2% em 2024, na avaliação do Santander. O desempenho é superior ao esperado pelo banco para o País, que prevê alta de 2% para o PIB brasileiro no ano. Os números estão em um estudo especial que apresenta estimativas da instituição por estados e regiões do país para o horizonte de 2022 a 2025. Os últimos dados oficiais do IBGE para as economias estaduais foram publicados em 2021. Autor do levantamento ao lado dos economistas Rodolfo Pavan e Henrique Danyi, o economista Gabriel Couto observa que, em 2023, também pelas projeções do Santander, a economia paranaense avançou 6,2%, seguida de aumento de 2,8% no ano anterior. “O Paraná tem indicado taxas de crescimento elevadas nos últimos anos e foi a principal influência positiva sobre o PIB da região Sul como um todo no ano passado”, observou.
PIB AGROPECUÁRIO MENOR
O PIB agropecuário paranaense, que teve uma forte expansão em 2023, na esteira da retomada de 2022 e da safra recorde, agora tende a apresentar números menores. Depois de um salto de 33% no ano passado, vai diminuir 2% este ano, nas projeções do banco. “A devolução de parte dos fortes ganhos da safra de 2023 tende a impactar o PIB do estado, em 2024. Os resultados do Paraná também têm apontado maior volatilidade, em parte como consequência de seguidos problemas climáticos”, aponta Couto. O PIB industrial do estado deve crescer, mas em menor ritmo, similar ao do ano anterior. A projeção para 2023 foi de 1,3% e para este ano é de 1%. Já para 2025 o movimento de crescimento tende a ser mais representativo, chegando a um aumento de 2,3%. A melhor projeção é para o setor de serviços, que deve avançar 3,5% em relação a 2023, estima o Santander. De acordo com os últimos dados do IBGE, de 2021, o PIB dos serviços representa 61,6% da economia paranaense, seguido pela indústria (27,2%) e setor agro (10,7%).
SINDIADUBOS DIZ QUE FAFEN TERÁ POUCA IMPORTÂNCIA
Em junho desse ano, a diretoria da Petrobras aprovou o retorno às atividades da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), localizada na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A ideia é que a planta, em hibernação desde 2020, volte à operação no segundo semestre de 2025. A unidade tem capacidade de produção de 720 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia por ano, além de 450 mil m³/ano de Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32), produto utilizado para reduzir as emissões de veículos a diesel. Para a fabricação desses produtos, a planta utiliza como matéria-prima o resíduo asfáltico (Rasf) proveniente da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Apesar da expectativa em relação à retomada da produção de ureia no Paraná, a entrada da produção da Ansa no mercado de fertilizantes deve significar pouco na ponta da produção rural. “Não muda nada para o produtor. Ela não vai vender [a ureia] direto para o produtor, vai vender para o setor de adubos e nós vamos fazer a conta se vale a pena comprar dela ou se importar é melhor”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Aluísio Schwartz Teixeira. O setor de fertilizantes é de extrema relevância para a economia do país, empregando mais de 28 mil pessoas e contribuindo com cerca de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, 6,0% do PIB da agropecuária e cerca de 15% do PIB da cadeia de insumos, de acordo com levantamento do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert).
DEPENDÊNCIA DO EXTERIOR
Atualmente, o Brasil é o quarto maior consumidor mundial de fertilizantes, considerando nitrogenados, derivados de fósforo e de potássio. Esses três elementos (representados pelos símbolos N, P e K da tabela periódica) compõem um grupo de macronutrientes fundamentais para o desenvolvimento dos vegetais. O país importa 90% da sua demanda, principalmente da China, Rússia e Oriente Médio. Para este ano, a previsão é consumir 45,2 milhões de toneladas de NPK. Segundo Bruno Vizioli, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, “o gasto com a importação de fertilizantes representa 40% do custo total de produção de soja e quase 50% no milho”. Ainda segundo Vizioli, além de um aumento de 10% no volume importado em relação à safra passada, os produtores devem se deparar com um acréscimo de 25% no preço desses produtos por conta das variações cambiais.
PORTOS TÊM CRESCIMENTO DE 8% NO ANO
Os portos brasileiros apresentaram crescimento de 4,14% no transporte de cargas no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2023. De janeiro a maio, os portos públicos e privados movimentaram 525,3 milhões de toneladas, de acordo com os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Com 188 milhões de toneladas transportada, os portos públicos tiveram alta de 8,08% nos cinco primeiros meses do ano. Os terminais privados também apresentaram percentual positivo no período, de 2,06%, com 337 milhões de toneladas. Neste ano, os granéis sólidos somam crescimento de 7%, este tipo de carga representa 59% do total movimentado no país. A carga conteinerizada teve alta ainda maior, com 22,85% nos cinco primeiros meses deste ano. Dentre os produtos do agronegócio, os que mais se destacaram com maior variação de crescimento foram: açúcar - 59,52%, 12,1 milhões de toneladas, e trigo - 35,09%, 4,8 milhões de toneladas.
CONDOMÍNIOS INDUSTRIAIS
O mercado de condomínios industriais e de logística do Brasil segue em forte atividade. Assim como nos anos anteriores, sobretudo a partir de 2020, todos os indicadores de mercado refletem a forte demanda e a intensa atividade construtiva no segmento. O volume entregue no último ano foi de 2,2 milhões de m², bem acima da média histórica de 1,65 milhões/ano (2013 a 2022). O estoque de condomínios de galpões cresceu 3,4 milhões de 2023 até hoje, totalizando 36,6 milhões de m². Neste ano, observamos uma certa descentralização para fora do eixo Sudeste, principalmente estados de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro –regiões mais desenvolvidas do segmento – e começamos a ver surgir empreendimentos em estados até então sem cobertura, como é o caso do Piauí e Tocantins. O Paraná é o estado da região sul como maior volume de empreendimentos, com um número total de 59 condomínios industriais e Curitiba representa 22% de todo o volume deste tipo de negócio no estado.
GRUPO UNIQUE QUER CRESCER 40% EM 2024
O Grupo Unique atua no mercado off-road e tem em seu ecossistema de marcas a Fun Motors e a CFMOTO Brasil. Em 2024 ela está apostando na expansão desse setor no país. O Grupo Unique visa crescer de 30% a 40% nas vendas de veículos off-road. Além disso, a unidade fabril da empresa, estabelecida no Polo Industrial de Manaus (PIM) em 2019, passou recentemente por modernização e expansão significativa, com o dobro do espaço e com a possibilidade de dobrar a capacidade produtiva, além de um estoque para mais de 2 mil unidades. O grupo tem investido pesado também em publicidade: para se ter uma ideia, conta com diversos influenciadores. O ex-goleiro da seleção brasileira Marcos, a dupla sertaneja Fernando e Sorocaba, o digital influencer Júlio Rocha, o especialista em carros Felipe Fera, além do perfil especializado em Camionetes no Instagram BF/MS, estão entre os divulgadores das marcas e produtos. Com foco no crescimento e em projetos futuros, o Grupo Unique transferiu sua matriz administrativa para um novo espaço de mais de 1 mil m² em Piracicaba, São Paulo. Ali também funciona o centro logístico. A mudança visa impulsionar o crescimento das marcas do grupo no Brasil. Com a matriz no interior paulista e a fábrica em Manaus, o Grupo Unique fortalece sua presença nacional.
EXPORTAÇÕES PARA EUA BATEM RECORDE
Os Estados Unidos foram o mercado para o qual o Brasil mais cresceu suas exportações no 1º semestre de 2024, de acordo com a edição mais recente do Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham Brasil, divulgada nesta segunda-feira (15/7). O Brasil exportou para os EUA o valor recorde de US$ 19,2 bilhões nos seis primeiros meses do ano, um aumento de 12% (ou US$ 2,1 bilhões) em relação ao mesmo período do ano anterior. O incremento ocorreu em todos os setores: indústria de transformação, extrativo e agropecuária. Em termos percentuais, o aumento foi mais de oito vezes superior ao das vendas do Brasil para o mundo (+1,4%) e acima das exportações para os principais parceiros individuais, como a China (+3,9%), União Europeia (+2,1%) e América do Sul (-24,3%). Em valores, a expansão das vendas para os EUA representou 29,1% do total do incremento das vendas globais brasileiras (US$ 7,1 bilhões).
PREVISÃO DE INFLAÇÃO TEM LEVE BAIXA
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve redução, passando de 4,02% para 4% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (15), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Já para 2025, a projeção da inflação subiu de 3,88% para 3,9%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente. A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro de tolerância, que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, assim, o CMN não precisa mais definir uma meta de inflação a cada ano.