Em meio a demissões nas big techs, edtechs brasileiras projetam crescimento
Depois de atender à demanda da pandemia, setor defende que sucesso das instituições educacionais passa pela digitalização
08/02/2023 às 10:40
A edtech F10 Software desenvolve soluções para o setor educacional na área de TI
 
Na contramão das gigantes de tecnologia, que fecharam mais de 50 mil postos de trabalho no mundo, empresas de outros setores da TI preveem crescimento em 2023. Um deles é o das edtechs, especializadas em criar soluções inovadoras para a área da educação. Impulsionado pelas exigências provocadas pela pandemia, o mercado das edtechs no Brasil conseguiu responder rapidamente à demanda e mostrou que pode muito mais em um país que ainda registra defasagem no nível de maturidade tecnológica corporativa, especialmente o sistema educacional.
 
O setor das edtechs cresceu 26% durante a fase mais aguda do isolamento, segundo levantamento realizado pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e pela Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil). Agora, as edtechs permanecem focadas na apresentação de soluções para que instituições de ensino ofereçam plataformas que atendam às características da sociedade contemporânea, cada vez mais digitalizada. A principal expertise do setor é atuar como ponte na transição das instituições para a era digital e, por isso, é preciso projetar soluções que integrem serviços.
 
“Não é mais uma opção, é uma necessidade. É o que vai determinar a existência das instituições de ensino pelos próximos anos”, afirma o especialista comercial da F10 Software, Rodrigo Fonseca, ao comentar a necessidade de inovação do setor educacional. A empresa, especializada em gestão e performance operacional para escolas, projeta crescer 37% nos próximos meses em número de clientes e no faturamento. Uma das justificativas é que parte do mercado educacional ainda não se adequou ao meio digital, mas deve investir na mudança em breve, e a procura por soluções abre caminho para os investimentos em tecnologia.

Investimentos em IA
 
A F10 é apenas um exemplo das empresas do setor que devem fazer parte da dinâmica de investimentos em inteligência artificial em 2023. Um estudo da consultoria IDC prevê que o crescimento será de 33%. O mesmo levantamento aponta que as soluções de automação, com o uso da inteligência artificial, vão superar US$ 214 milhões no Brasil, um crescimento de 17% sobre 2022. 
 
Uma das áreas em ascensão é a criação de ferramentas que englobam sistemas de gestão e de comunicação, tecnologia para atividades em sala de aula e sistema de análise de dados no ensino. “Estamos falando de novas gerações que se comunicam no modo digital mesmo que estejam no ensino presencial. São pessoas que precisam de ferramentas online para que se sintam parte da escola quando não estão nela. É uma questão de pertencimento”, alerta Fonseca.  “É preciso compreender a existência do aluno multimídia”, completa. É aí que a ‘indústria’ das edtechs fica em evidência. Elas auxiliam instituições de ensino a se digitalizarem de maneira rápida e com menos custos.

Tomorrow Mobility em Curitiba

Após uma grande edição em Barcelona (Espanha) em 2022, o Tomorrow.Mobility, evento para acelerar a mobilidade urbana sustentável e inteligente em nossas cidades, vai estrear no Brasil durante a quarta edição do Smart City Expo Curitiba (SCECWB), de 22 a 24 de março.  Além de um programa de conferências com especialistas, o Tomorrow.Mobility terá uma área de exposição para apresentar as soluções mais inovadoras em mobilidade pelo mundo. No final de 2023, o evento retornará a Barcelona, entre os dias 7 e 9 de novembro, reunindo marcas, organizações líderes, soluções e networking. Organizado pela Fira Barcelona e a EIT Urban Mobility, o Tomorrow.Mobility se tornou o ponto de encontro internacional onde se reúnem as entidades e personalidades que lideram a mobilidade do futuro.

Versão brasileira do maior evento de cidades inteligentes do mundo, o SCECWB transforma a capital paranaense no centro de discussões internacionais sobre soluções urbanas. Os ingressos estão à venda pela plataforma Blue Ticket, no segundo lote de ingressos.

Robôs inspecionam locais inacessíveis

O uso da robótica na inspeção de infraestruturas críticas vem crescendo exponencialmente. Os robôs estão sendo utilizados no setor de inspeção em todo o mundo, inclusive no Brasil. Equipamentos terrestres, subaquáticos e aéreos são adotados em diversas situações, principalmente em lugares perigosos ou inacessíveis. O interesse da indústria cresce à medida que novas soluções trazem mais agilidade para o processo de inspeção e o risco para inspetores humanos é eliminado.

Diversos tipos de robôs são utilizados atualmente em inspeções de infraestruturas. "Os mais comuns são os quadricópteros  e os que se locomovem por meio de rodas, pois podem ser adaptados para uma série de tarefas específicas. Vejo também um aumento no uso de robôs com quatro pernas, que podem acessar diferentes terrenos e subir escadas. Muitos robôs são customizados de acordo com necessidades específicas do setor. Há modelos projetados para atravessar determinados componentes – como vigas em L de aço ou grandes linhas de energia", diz Paulo Drews Jr., membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade e professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Tendências para a cibersegurança em 2023
 
Referência mundial em soluções de cibersegurança, a Forcepoint acaba de divulgar um relatório com as maiores tendências e desafios a serem enfrentados para o setor em 2023. “O último ano foi de mudanças”, afirma Marcelo Saburo, country manager da empresa no Brasil. “Conforme permitido, muitas empresas começaram a voltar ao escritório, enquanto outras se deram conta que o trabalho remoto, ou então uma mistura das duas coisas, poderia ser mais válido. Mais do que nunca, os dados estão por toda a parte, e isso representa em igual medida oportunidades e desafios.”
 
Analisando movimentações do mercado e casos marcantes de 2022, a companhia aponta pontos para se ficar de olho neste ano, segundo Luiz Faro, diretor de Engenharia de Sistemas da Forcepoint:
 
  • Crise de identidade – A medida em que cada vez mais aspectos da nossa vida são feitos no digital, seja busca por informações, compras, negócios ou mesmo relações interpessoais, menos conseguimos nos certificar de que do outro lado está um ser humano. E ao mesmo tempo que isso envolve robôs que nos auxiliam em sites de serviços, também tem um lado perigoso. Especialmente em setores como o financeiro, tem se multiplicado os fraudadores de identidades sintéticas. São criminosos que, coletando dados das mais variadas bases (roubados ou vazados), misturam identidades para se envolver em fraudes como pedidos de empréstimos que nunca serão devolvidos, ou compras online com cartões clonados.
     
  • Um futuro multinuvem – “O perímetro não deixou de existir, apenas mudou de lugar”, explica Faro. Enormes equipamentos de armazenamentos de dados deram lugar a uma transição cada vez maior e mais rápida à nuvem, levando em conta praticidade e facilidade no acesso às informações. “Porém, é incorreto achar que tudo está em uma única nuvem, são diversas desempenhando diferentes funções”, comenta o especialista.
     
  • Riscos internos – As mudanças nas perspectivas políticas e sociais alteraram fundamentalmente a maneira como as organizações precisam pensar a administração de riscos internos. Eventos como a migração para o trabalho remoto (ou esquemas híbridos), desinformação e erros técnicos, além de motivações próprias, podem influenciar em um incidente que se origina de dentro.
     
  • Padronização de soluções – “Provavelmente, existe um universo onde todas as empresas utilizam uma única solução que padroniza todas as suas necessidades de segurança. Mas não moramos nele, ou pelo menos ainda não”, comenta Faro. “Estamos presos em um ciclo vicioso: uma violação é descoberta, uma correção é desenvolvida, e assim vamos.”
     
  • Lógica de hardware – Como visto, nem tudo pode estar na nuvem. No caso de infraestruturas críticas, torna-se necessário equipamentos e espaços físicos. São aparelhos, no entanto, suscetíveis a ataques, físicos e cibernérticos. Não é viável ter equipes destinadas inteiramente a seu cuidado; a plataforma deve ser autônoma e saber se defender.
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