Grupo que reúne professores da UEPG descobre registro rupestre inédito de araucárias no Paraná
08/02/2023 às 09:57
Foto: reprodução

O Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe), que conta com professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), descobriu registros de pinturas rupestres de araucária na região de Piraí do Sul. É a primeira vez que pesquisadores encontram a representação da árvore, símbolo do Paraná, registrada como pintura rupestre. Encontrado em setembro de 2021, o resultado do estudo foi publicado na última sexta-feira (03) com o artigo "Primeiro registro de arte rupestre com representações de Araucaria angustifolia, Sul do Brasil".

A descoberta arqueológica é um painel de araucárias, elaborado em superfície de arenitos de 0,36 m². Ao todo, foram identificadas representações de 13 araucárias e 20 antropomorfos (que são representações humanas). Pelo alto grau de detalhes das pinturas, o Grupo identificou que o painel pode ter sido elaborado pelos povos originários Macro-Jê, antepassados de comunidades indígenas presentes atualmente no sul do Brasil, como os Kaingang e Xoclengues.

Segundo o artigo, o conjunto de araucárias possui uma continuidade na técnica de representação, o que reforça a hipótese de que o painel representa uma floresta ou capão de mata com araucárias.

A professora Nair Fernanda Burigo Mochiutti fez parte do grupo que descobriu as pinturas. Os primeiros registros foram descobertos em 04 de setembro de 2021. “Estávamos cadastrando uma caverna e um colega nos chamou para contar o que tinha visto. Fomos todos juntos olhar para o painel das araucárias e lembro que mostrei o braço toda arrepiada, porque realmente foi na hora que percebemos e reconhecemos que eram as araucárias. Foi de arrepiar, bem emocionante”, relembra.

Apesar da deterioração pela passagem natural do tempo, pesquisadores afirmam que as representações das árvores são altamente detalhadas e fiéis aos aspectos típicos da espécie, o que é inédito entre outros achados rupestres da região.

“A descoberta tem um apelo e simbolismo grandes porque quando você vê uma pintura de uma espécie da flora que não é tão comumente documentada nas pinturas rupestres, é muito emocionante”, relata Nair. Segundo ela, a expectativa em divulgar a descoberta de pinturas das árvores símbolo da região era grande. “Desde o início, tínhamos muita vontade de compartilhar para outras pessoas, e durante muito tempo seguramos essa informação até de pessoas próximas, familiares e amigos”.

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