Por Adélia Maria Lopes
Há 30 anos morria em Curitiba o ator e diretor José Maria Santos e vem à luz a sua biografia escrita pelo jornalista Ulisses Iarochinski, também ator. O livro demorou para sair do prelo: foram oito anos de busca por patrocínio, impressão e aprovação em leis de incentivo. VIVAZÉ! José Maria Santos – ator do Paraná terá seu lançamento nesta segunda-feira, 4 de janeiro.
A data escolhida marca o falecimento do biografado, nascido em Guarapuava em 12 de dezembro de 1933. Em tempo de pandemia, o lançamento será em rede social, às 20 horas, na plataforma Google Meet.
Ex-aluno de José Maria Ferreira Maciel dos Santos, Ulisses Iarochinski liderou a campanha que renomeou o Teatro da Classe, na Rua 13 de Maio, homenageando o ator que deu criou aquele espaço, onde encenou inúmeras vezes o monólogo Lá.
A biografia resultou em 266 páginas ilustradas com 110 fotos de peças teatrais e pessoais, contendo ainda quatro entrevistas e três prefácios. A capa é assinada pelo cartunista Solda.
Ulisses conta que a pesquisa para o livro “não foi difícil, porque além do convívio diário por mais de uma década, a viúva Ruth me fez depositário fiel de tudo o que o Zé Maria arquivou durante toda sua carreira. Os documentos pessoais…tudo está sob minha guarda. E neste projeto VivaZé tive a oportunidade de entrevistar quase duas dezenas de pessoas, amigas, inimigos, patrões. Estou rodeado aqui na minha biblioteca/escritório das coisas do Zé”.
O que mais de cativante você captou do colega de palco e professor? “A insistência, o não esmorecer nunca, vencer todos os obstáculos. Tempo ruim para ele era fazer sol a todo custo”, responde Ulisses, que escreveu a biografia na primeira pessoa. “Eu sou o narrador e conto não só os momentos de conquistas, como brigas feias que tivemos. Aliás, quem nunca brigou com o Zé? Mas as reconciliações eram sempre muito emocionantes. Uma dessas brigas relato no livro”.
E “o poder de reconciliação” é um aspecto muito interessante e até curioso da personalidade de Zé Maria, aponta o jornalista.
O projeto VivaZé compreende ainda um espetáculo, uma exposição itinerante e um documentário longa-metragem. A peça, em formato de entrevista, foi encenada no próprio Teatro José Maria Santos, em 2012, com Lúcio Weber (o eterno palhaço Gabiroba) e Esmeralda Silveira, sobrinha da saudosa Lala Schneider, que dá nome a um teatro também na 13 de Maio. A exposição, com 64 painéis, foi exibida na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (o antigo CEFET, onde o ator lecionou), e no Sesc-Água Verde, durante o Festival de Teatro de Curitiba.
“Os painéis em acrílico ainda estão bem conservados e sob minha guarda”, observa Ulisses Iarochinski, “e o filme foi exibido mais de uma vez. Como não tenho produtora de cinema e nem registro de produtor brasileiro da Ancine, não consigo comercializar com os canais a cabo”.
Anote:O livro VIVAZÉ! será comercializado pelo site Amazon.com. O evento de lançamento acontecerá às 20 horas do dia 4 de janeiro, pelo link do Google Meet: https://meet.google.com/hzi-mseu-kex