
O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um aviso, no novo relatório sobre a evolução econômica global, que as perspectivas de crescimento estão “inclinadas esmagadoramente para o lado negativo”. Caso os riscos se concretizem, a economia mundial pode ter uma das piores recessões em meio século.
“O panorama ficou consideravelmente sombrio desde abril… O mundo poderá em breve ficar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última… As três maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a China e a zona do euro, estão empatando nessa estagnação com grandes consequências para o panorama global”, disse o economista chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.
O relatório WEO reduziu a estimativa de crescimento do PIB global em 2022 para 3,2%, 0,4 pontos percentuais abaixo da previsão de abril.
Os confinamentos causados pela Covid-19 e o agravamento da crise habitacional têm dificultado a atividade econômica na China, enquanto os aumentos agressivos das taxas de juros por parte do Federal Reserve, o Benco Central americano, estão desacelerando o crescimento dos Estados Unidos.
Exceções
O relatório do FMI adverte que “a desaceleração na China tem consequências globais: os confinamentos aliados às interrupções da cadeia de fornecimento global e ao declínio dos gastos domésticos reduzem a demanda por bens e serviços dos parceiros comerciais da China’. Algumas exceções tiveram melhoras como Itália, Brasil, México e Rússia, que está se beneficiando dos preços mais altos do petróleo devido às sanções ocidentais, observa o WEO. Para o Brasil, a estimativa é de 1,7% (+0,9 pontos percentuais em relação a abril), enquanto o México deverá crescer 2,4% (+0,4 pontos percentuais).
Para 2022, o FMI elevou as perspectivas de crescimento da América Latina e o Caribe para 3%, uma revisão para cima de 0,5 pontos percentuais “como resultado de uma recuperação mais forte nas grandes economias”: Brasil, México, Colômbia e Chile.
O FMI argumenta que controlar a inflação deveria ser a prioridade máxima , mesmo que isso inclua medidas dolorosas para os cidadãos, pois os danos causados por permitir que a inflação ficasse fora de controle seriam muito piores.