Dois anos depois da passagem do furacão Katrina por Nova Orleans, o presidente George W. Bush, adotou um tom otimista nesta quarta-feira, em discurso durante visita à cidade.
"Dias melhores virão", disse Bush, em sua 15ª visita à região depois da tempestade que matou 1,6 mil pessoas nos Estados da Louisiana e do Mississippi.
Durante discurso em uma escola em um dos bairros de Nova Orleans mais afetados pelo Katrina, o presidente americano relembrou os esforços federais para reforçar as defesas da cidade contra enchentes e recuperar as comunidades afetadas.
"O furacão Katrina estraçalhou muitos corações, destruiu prédios, mas não afetou o espírito desta comunidade."
"Esta cidade está se recuperando", acrescentou Bush. "Esta cidade é melhor hoje do que estava ontem, e vai ficar melhor amanhã do que é hoje."
Críticas
Pouco depois da passagem do furacão, o presidente havia prometido fazer "o que fosse preciso" para reconstruir Nova Orleans, mas muitos o criticam por não ter se empenhado o suficiente.
O principal jornal da cidade, o Times-Picayne, resumiu em sua manchete as críticas contra o presidente: "Trate-nos com justiça, senhor presidente".
Segundo o jornal, Bush priorizou o envio de verbas federais de reconstrução para o vizinho Mississipi, onde a maioria dos eleitores apóia os republicanos, mas onde o prejuízo provocado pelo Katrina foi menor.
O ressentimento em relação à lentidão do processo de reconstrução fez com que protestos fossem convocados para esta quarta-feira em Nova Orleans.
O enviado especial da BBC Brasil à cidade, Bruno Garcez, diz que alguns bairros ainda mostram claramente os efeitos da passagem Katrina e não foram reconstruídos.
A agência de notícias Associated Press, citando declarações do responsável do governo federal pela reconstrução da região, disse que as autoridades federais já investiram US$ 96 bilhões do total de US$ 114 bilhões prometidos para a reconstrução da região.
Mas o representante disse que parte do trabalho de reconstrução, como a referente à infra-estrutura e a construção de novas casas, é de responsabilidade também das autoridades locais, sugerindo que o governo federal não pode ser inteiramente culpado se a reconstrução está demorando.
Uma das principais obras, a reconstrução e melhoria das barragens para evitar enchentes em Nova Orleans em caso de furacões como o Katrina, ainda não foi concluída.
Em toda a região afetada pelo Katrina, na costa americana do Golfo do México, igrejas realizam missas nesta quarta-feira para lembrar a passagem do Katrina, que deixou 80% de Nova Orleans embaixo d'água.